just don't leave.
gotas de paixão desabam do céu azul de deserto: quilometros e quilometros de uma solidão egoísta, a cabeça sobre o corpo, a cabeça sobre o mundo. é então que tudo treme: dentro do quarto, há a mulher e os cobertores, tudo sobre a cama pelada. ressaca de eternidade: as veias frágeis de um semi-deus pertubam meu sono. a febre escorre dentro das paredes mudas, pisca nas estrelas e se dobra nos meus joelhos, como uma cobra verde e sinuosa (como seus olhos que são verdes e sinuosos). fios de água derretem o pó que cobre os corpos; o espírito, de alguma forma, está cansado, mas eu sei que há uma alegria vibrante dentro das pequenas caixas, dentro do tempo que se entrelaça nas palavras. na noite gorda e escura, na noite que despenca sobre os prédios initerruptos, há sempre alguém que acorda, num sobressalto, apavorado de amor. há sempre um vômito de coisa errada entalado no corpo. é uma questão de correr para a janela e saltar como quem se entrega: pedaços de carne velha vão cobrir o asfalto impuro. um jato de desespero e indisposição : o vomito seco sobre o asfalto público. e quando seus pés macios pisarem sobre a terra que me abriga, quando suas idéias atravessarem o deserto de ser um silêncio pessoal e intransferível, reconheceram a matéria de mim esparramada nas janelas indiscretas, nos sorrisos que saltam desses rostos todos, enquanto se anda na calçada, nas roupas crescidas de plantas e na rosa que brota do meu cerebro quando eu sou apenas um emaranhado de amor e liberdade. porque as coisas naturais são como pulos da carne: um sopro de vida e um lapso de desespero palpitam nos poros de um rei da criação. pelicas e mafuás guardam o desejo no figado: a true love lives (in haunted attics.).
if you come home, i'll bake you a cake.
radiohead
look what you mean to me: sweet cakes and milk shakes
i'm the king of delusion, i'm a fantasy parade.
if you come home, i'll bake you a cake.
radiohead
look what you mean to me: sweet cakes and milk shakes
i'm the king of delusion, i'm a fantasy parade.
7 Comments:
as coisas naturais me vem como rompantes.
Camila
eloqüência.nãnãnã
oi, paula.
esse seu texto saiu publicado junto com o meu no zine 1+1=1 do marcos arão rocha e eu decidi entrar no seu blog, tinha um link pra cá e entrei.
gostei do seu texto.
quer se corresponder comigo?
li
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nem tanto, nem tanto...
pois é, até eu tenho isso agora.
Eu acho que você deveria escrever um livro,! de verdade talento não te falta! adoro o que tu escreve, jesuis haha ;)
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